Há algum tempo, escrevi aqui no site sobre o momento da verdade, o momento onde você está frente à várias situações ou a si próprio e precisa tomar alguma decisão para seguir em frente, e conversando com algumas pessoas a respeito disso, percebo que muitas vezes o ser humano se torna incapaz de enfrentar esse momento, não simplesmente pela falta de atitude ou vontade, nem tampouco pela falta de imposição da vida de enfrentamento desse momento, mas sim, pelo significado que a pessoa deu a tudo que viveu, ao que as pessoas fizeram ou falaram, as pessoas envolvidas, o cenário que ela presenciou na ocasião.

Hoje, o que você faria se pudesse voltar ao passado? Se o ser humano tivesse o poder de voltar ao passado, com certeza muita gente iria querer entrar na sua “máquina do tempo” para revirar os momentos difíceis que viveu, como algum grande sentimento de perda, a falta de uma pessoa querida, a angústia de um sofrimento, uma separação, uma demissão, uma injustiça, um amor mal resolvido, um conflito não solucionado, entre tantas outras situações dolorosas. Talvez, você esteja agora mesmo pensando sobre coisas que deixou para trás e que gostaria de mudar… Mas essa máquina do tempo não existe, e posso te contar uma coisa? Você deu um significado para esses momentos e somente você sabe o quanto cada um deles é capaz de mobilizá-lo ou afetá-lo.

Certo dia conversava com uma pessoa que estava passando por alguns problemas pessoais e isso afetava diretamente a sua vida profissional, (pois convenhamos, esse negócio de viver duas vidas, uma pra sua família e outra para a empresa não funciona, ou melhor, não existe! O ser humano é único) e durante a conversa conseguimos chegar à conclusão que o melhor à fazer é mudar o significado das coisas, a importância que se dá à situações e tudo que faz parte da nossa vida. Ressignificar é um processo complexo, pois exige transformação, adaptação, olhar para as situações vividas com outro olhar, colocar na balança todas as preocupações, medos, ansiedades, ponderar, analisar, e redistribuir o grau de importância que se dá à cada uma dessas situações, quer estejam no passado ou vividas atualmente.

À medida que mudamos a forma de como vemos as coisas, damos outros significados à elas. Você pode chorar a perda de um ente querido por muito tempo ou pode se alegrar com os momentos felizes que viveu ao lado dele.

Reflita: Você pode resolver tudo? Você tem o poder de transformar todas essas coisas ou de mudar as pessoas? Certamente não, o ser humano é limitado, porém possui uma característica muito importante e uma das mais valiosas em todo o reino animal, o poder da adaptação, e adaptando-se o ser humano é capaz de muita coisa. No sentido literal da palavra adaptar significa adequar, e muitas vezes é isso o que precisamos para ressignificar as coisas, adequar a forma de ver, identificar os pensamentos ruins ou negativos quando temos a lembrança de algo que nos afeta e corrigi-lo, ter atitude proativa, racional e coerente frente aos desafios da vida.

Ressignificar não é fácil, mas não é impossível. À medida que mudamos a forma de como vemos as coisas, damos outros significados à elas, você pode chorar a perda de um ente querido por muito tempo ou pode se alegrar com os momentos felizes que viveu ao lado dela, pode lamentar a perda de um emprego ou se motivar frente aos novos desafios profissionais e aprendizados que terá, pode  enxergar a bola meio cheia ou meio vazia. Qual o significado que você quer dar?

O que você precisa ressignificar na sua vida? O que realmente tem valor? Pense nisso.

Há uma linha tênue, no entanto, entre o luto considerado “sem complicações” e aquele que acaba se transformando em um episódio depressivo e/ou no chamado “transtorno de luto complexo persistente”. Nesses casos mais extremos, o acompanhamento psicológico é fundamental. Mas está não é a única indicação para a clínica em casos de luto: mesmo quando o processo se desenrola dentro dos chamados “padrões convencionais”, a psicoterapia pode ser uma importante aliada para lidar com o período da melhor forma possível, até mesmo evitando traumas e complicações futuras. 


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João Carlos Oliveira da Silva é psicólogo (CRP 06 – 127592), Mestre em Psicologia Psicossomática, Coach e graduado em Recursos Humanos. Com experiência na área clínica e em desenvolvimento humano e organizacional, possui especializações em Gestão Estratégica de Pessoas e em Psicologia Cognitivo-Comportamental.