Agitação, desorganização, baixo desempenho intelectual, dificuldade de se concentrar, excesso de esquecimentos… Sintomas como esses podem ser sinal de TDAH – e este transtorno está longe de ser exclusividade de crianças.

Muito se fala sobre o TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade) na infância, principalmente porque seu diagnóstico costuma ser feito no início da fase escolar, quando a criança apresenta dificuldade de se manter em condições favoráveis à aprendizagem e, com isso, desperta a atenção de pais e professores.

No entanto, por inúmeros fatores, nem sempre o diagnóstico de TDAH é realizado na infância e, mesmo quando a identificação acontece, muitos pacientes mantêm os sintomas do transtorno na adolescência e vida adulta.

Importante ressaltar que o diagnóstico não tem como objetivo estigmatizar a pessoa que sofre com o TDAH nem taxá-la de forma alguma. Pelo contrário: estabelecer um diagnóstico é essencial para que o paciente possa receber a ajuda adequada e, consequentemente, evitar diversos prejuízos em todas as fases da vida.

De acordo com a ABDA (Associação Brasileira do Déficit de Atenção), “há inúmeras pesquisas mostrando que o TDAH está associado ao fracasso acadêmico, abandono escolar, acidentes de trânsito, uso de drogas, álcool e divórcio, entre outras situações negativas na vida adulta. Por isso, diagnóstico e tratamentos são tão importantes para ter uma vida normal”.

O diagnóstico de TDAH é essencial para que o paciente possa receber a ajuda adequada e, consequentemente, evitar diversos prejuízos em todas as fases da vida.

Segundo o Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mental 5.ª edição (DSM-5), é um forte indício de TDAH apresentar com frequência a maioria dos comportamentos listados abaixo.

Com relação à desatenção:

• Dificuldade de prestar atenção em detalhes e cometer excesso de erros por descuido em atividades intelectuais, sejam tarefas escolares ou profissionais.

• Dificuldade de manter o foco durante aulas, reuniões, conversas ou leituras.

• Parecer não escutar quando alguém lhe chama.

• Não seguir instruções e não conseguir realizar tarefas até o fim.

• Muita dificuldade em organizar tarefas e atividades.

• Sempre evitar, não gostar ou relutar em se envolver em tarefas que exijam esforço.

• Perder coisas necessárias para tarefas ou atividades, como por exemplo materiais escolares, lápis, livros, instrumentos, carteiras, chaves, documentos, óculos e celular.

• Facilidade de se distrair com estímulos externos à atividade que está realizando.

• Esquecer atividades cotidianas, como tarefas e obrigações diversas, retornar ligações, cumprir combinados etc.

Com relação à hiperatividade e impulsividade:

• Remexer ou batucar as mãos ou pés ou se contorcer na cadeira.

• Ter sempre o impulso de se levantar da cadeira em situações em que se espera que se permaneça sentado.

• Ser incapaz de se envolver em atividades de lazer calmamente.

• Agir sempre como se estivesse “com o motor ligado”.

• Falar demais.

• Deixar escapar respostas antes de a pergunta ter sido concluída.

• Ter dificuldade em esperar sua vez.

• Ter o costume de interromper ou se intrometer em conversas ou atividades alheias.

Se você sofre com frequência das dificuldades listadas acima, não hesite em procurar ajuda. O tratamento do TDAH pode envolver medicamentos farmacológicos e intervenções psicoterápicas, que auxiliam tanto nos três sintomas centrais do TDAH (desatenção, hiperatividade e impulsividade), como nas comorbidades que costumam estar associadas a esse quadro, a exemplo do transtorno de ansiedade, da depressão e do transtorno obsessivo-compulsivo.